Um Cristão com doença mental condenado por “blasfêmia” no Paquistão foi libertado após 23 anos no corredor da morte.
Anwar Kenneth, agora com 72 anos, foi absolvido da acusação em 25 de junho, depois que os médicos confirmaram que ele estava mentalmente doente quando cometeu a “blasfêmia”.
O tribunal decidiu que uma pessoa com incapacidade mental não pode ser considerada criminalmente responsável, por isso sua condenação foi anulada.
A condenação de Anwar foi anulada pela Suprema Corte do Paquistão [Crédito da imagem: Uroojmirza71/Wikipedia]
Anwar foi preso em 2001 por supostas cartas “blasfemas” que teria escrito sobre Maomé, o profeta do Islã.
Em 2002, um tribunal de Lahore, em Punjab, condenou-o com base na Seção 295-C do Código Penal do Paquistão, que prevê a pena de morte para qualquer pessoa que “profanar o nome sagrado” de Maomé, mesmo depois que a doença mental de Anwar já havia sido confirmada.
Anwar também foi multado em cinco milhões de rúpias (na época, cerca de R$ 238.549,00).
Em 2014, quando recorretam da sentença com laudos médicos confirmando a doença mental de Anwar, o tribunal manteve a decisão.
Anwar deverá ser libertado nos próximos dias.
O advogado de Anwar, Rana Abdul Hameed – ele próprio Muçulmano – disse que a família de Anwar “terá de providenciar a sua proteção” após a sua libertação da prisão, uma vez que ele enfrentará ameaças de morte por parte de extremistas Islâmicos que consideram um dever religioso matar “blasfemos”.
Hameed contou que, após uma coletiva de imprensa em que exigiu uma investigação independente sobre o uso indevido das leis de “blasfêmia”, ele próprio recebeu ameaças tão graves que policiais tiveram que ser destacados para ficar de guarda do lado de fora de seu escritório.
A violência coletiva após acusações de “blasfêmia” no Paquistão é uma ocorrência comum. Tais acusações são frequentemente tidas como verdadeiras, mesmo na ausência de provas ou após uma absolvição.
Como você pode orar
Louve ao Senhor porque a sentença de Anwar foi revogada. Ore pela proteção dele após sua libertação. Dê graças pelos advogados que trabalham para corrigir tais injustiças, incluindo Muçulmanos como Hameed.
