Trinta Cristãos Chineses detidos em repressão a igreja não oficial

17 October 2025

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O pastor de uma proeminente igreja subterrânea na China está entre os 30 Cristãos detidos em uma operação contra igrejas não oficiais.

O Pastor Jin Mingri foi detido em sua residência na região sul de Guangxi, em 10 de outubro, sob a acusação de “suspeita de uso ilegal de redes de informação”.

Vários outros pastores que trabalham para a Igreja Zion – uma rede de congregações não oficiais – também foram detidos em cidades como Xangai, Pequim, Zhejiang, Guangxi, Shandong, Sichuan e Henan, e levados sob custódia na mesma noite.

O Pastor Jin Mingri (ao centro, à direita) está entre os 30 Cristãos ligados à rede de igrejas Zion detidos pelas autoridades Chinesas [Crédito da imagem: China Aid]

A polícia revistou suas casas, confiscando seus computadores e celulares.

Alguns dos detidos já foram libertados, mas cerca de 20 pastores e líderes religiosos continuam detidos. De acordo com um comunicado da Igreja Zion, fundada pelo Pastor Jin em 2007, pelo menos sete dos pastores podem enfrentar acusações criminais por “divulgação ilegal de informações religiosas pela internet”.

Um ataque flagrante à liberdade religiosa

Grace, filha de Jin, confirmou que a polícia impediu os advogados de se reunirem com os membros da igreja detidos na cidade de Beihai, em Guangxi, no dia 13 de outubro. Ela considerou a prisão dos membros da igreja e dos pastores “um ataque flagrante à liberdade religiosa”.

Grace e sua mãe, que residem nos Estados Unidos, não conseguiram contato com Jin desde 10 de outubro. Ela afirmou que sua família está preocupada e apreensiva com seu pai, mas não surpresa com sua prisão.

“Em minha opinião, já imaginávamos esse cenário desde que eu era criança”, disse ela. “Sendo Cristão na China, acredito que você simplesmente sabe que algo assim pode acontecer.”

Um culto na Igreja Zion em Pequim [Crédito da imagem: Igreja Zion/X]

Jin fundou a Igreja Zion, uma igreja popular não registrada que possui membros em várias cidades, em Pequim, em 2007, onde cresceu para cerca de 1.500 membros. As autoridades fecharam a igreja em 2018, pressionando centenas de pessoas a deixarem de participar dela.

No entanto, em vez de diminuir, o número de membros da Igreja Zion cresceu rapidamente online, com cultos realizados no Zoom, juntamente com reuniões offline menores em 40 cidades em toda a China.

Restrições e detenções

Esta repressão é a mais recente de uma série de prisões que têm como alvo igrejas não oficiais (também conhecidas como “casas igrejas”) na China.

Em maio de 2025, o Pastor Gao Quanfu, da Igreja Light of Zion, foi detido sob a acusação de “usar atividades supersticiosas para minar a implementação da justiça”. No mês seguinte, vários membros da Igreja Golden Lampstand foram presos por fraude, e seu pastor, Yang Rongli, foi condenado a 15 anos de prisão. Grupos de direitos humanos criticaram essas condenações como falsas.

Embora a Constituição da China garanta liberdade religiosa aos seus cidadãos, apenas as igrejas oficiais da China, incluindo o Movimento Patriótico das Três Autonomias (TSPM, da sigla em Inglês), têm permissão para operar.

Leia mais: Por que os Cristãos são perseguidos na China?

Nas igrejas da TSPM, os símbolos Cristãos são, por vezes, substituídos por imagens comunistas. Os Cristãos que não desejam participar nestes cultos, que são rigorosamente monitorizados, têm de frequentar “casas igrejas” não oficiais, como a Zion, onde correm o risco de serem detidos.

Em 2022, a China proibiu todos os cultos religiosos online sem licença oficial.

Em setembro de 2025, foram divulgadas novas regras que restringem ainda mais as atividades religiosas online. Essas regras proíbem a pregação “por meio de transmissões ao vivo, vídeos curtos, reuniões online, grupos do WeChat ou WeChat Moments”. O WeChat é a plataforma de mídia social mais popular da China.

Como você pode orar

Ore pelos membros detidos da Igreja Zion e suas famílias. Peça a Deus que conceda a eles força e firmeza na fé para que possam superar este momento difícil. Ore para que os Cristãos da China possam adorar livremente em suas igrejas de escolha, sem medo de serem presos.

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